janeiro 28, 2010

O QUE SIGNIFICA EVANGELIZAR?

Evangelizar é boanovizar o mundo, dizendo a todos que Deus se reconciliou com os homens em Cristo!

Assim, eu anuncio a reconciliação porque eu mesmo fui reconciliado, mesmo antes de aceitar que estava reconciliado. Eu não me reconciliei com Deus, e, então, Deus vendo minha atitude,  se reconciliou comigo. Não! Não foi assim! Eu apenas fiquei sabendo que já não havia mais morte a me matar, posto que Jesus havia vencido aquele que tem o poder da morte, a saber: o diabo; e que havia matado a minha morte na Cruz. Assim, eu cri; e, assim, encontrei paz. Ora, é este encontro de amor aquilo que me motiva a pregar a Palavra, com palavras e com ações; com falas e com sinais e prodígios do amor de Deus.
Para nós, cristãos, entretanto, a coisa toda virou uma missão de angustia e desespero, posto que passamos a crer que tudo depende de nós, e que se não levarmos os homens a "aceitarem a Jesus", nós estamos em situação difícil—é o tal do sangue do outro na cabeça da gente—; ou, então, a gente fica com raiva de quem não aceitou, e mandamos logo o cara para os quintos dos infernos.

O que a gente não leva em consideração é que o "Jesus dos cristãos" já não é o Jesus dos evangelhos. O "Jesus" dos cristãos é uma criação da igreja e do cristianismo; e também não percebemos que o nome de Jesus, para os de fora, representa apenas esse fenômeno religioso que a gente diz que carrega a salvação. Assim, sinceramente, o mundo todo já está perdoado por não "aceitar a Jesus", posto que o próprio Jesus também não "aceitaria Jesus", se o que se apresentasse a Ele fosse justamente aquilo que nós apresentamos aos homens.
Sim, Jesus não "aceitaria Jesus", conforme os evangélicos e os cristãos em geral o "pintam". E digo isto sem nenhum temor, com total ousadia, e certo do que digo.

Evangelizar, antes de ser sair vendendo um pacote de salvação religiosa, é, e somente é, viver de modo tão pacificado e tranqüilo, que as pessoas percebam que o que nos habita é o resultado de nossa vinculação com o próprio Deus.
Nenhuma evangelização realiza o bem proposto no Evangelho enquanto o que se prega é o "Jesus da igreja". O "Jesus da igreja" não é melhor do que os demais sábios do mundo, e, num certo sentido, é infinitamente mais raso e pequeno do que os maiores sábios da Terra. Assim, na maioria esmagadora das vezes, os homens não rejeitam a Jesus, mas sim a sua representação, e que é feita pela religião cristã e pela igreja. Sim, um "Jesus" que Jesus não aceitaria.

Desse modo, eu mesmo digo: se eu não tivesse, pela Graça de Deus, conhecido a Jesus mesmo, conforme o Evangelho, saiba, muito provavelmente eu estaria entre aqueles que seriam visto como "perdidos", apenas porque, em mim, quase tudo rejeita essa falsificação de Jesus, feita pela religião. Nesse caso, não aceitar o "Jesus da igreja" é até uma afirmação de busca mais excelente, posto que somente seres muito básicos e satisfeitos com quase nada, é que aceitam um "Jesus" tão pouco parecido com Deus e com o homem.
E para que se prega? Ora, para que as pessoas gozem na Terra, ainda, a paz e a alegria de serem de Deus, sem medo, sem culpa, sem as aflições da morte, e sem as entregas à tirania do poder da morte, que é aquilo que desgraça a alma dos homens e destrói o mundo.

Nele, em Quem Deus reconciliou o mundo consigo mesmo,
Por Caio Fábio
Via site Caio Fábio

Não morri pela primeira vez


A estrada de minha vida foi doce e adstringente em proporções iguais. Ri e chorei, ousei e apanhei com igual intensidade. Amei e odiei como todos os vis mortais. Não ouso reclamar dos afogamentos, dos desgostos, dos embotamentos. Sou vítima e verdugo, infectuoso e réu. Contudo, na metade dos meus cinquenta anos, baqueei. 
As decepções se agigantaram no peito e o coração bateu sem ritmo – e, parece, ele nunca mais baterá igual; desilusões que nasceram, muito provavelmente, de olhos idealistas. Não, nunca fui ingênuo. Eu percebia as gambiarras institucionais; enxergava os olhares furtivos de monacais que sagazmente azeitam a máquina eclesiástica como meio de vida; notava as lógicas internas de um edifício doutrinário que não se sustenta diante da imensa tragédia humana. Mas, entusiasmado com minha própria potencialidade, insisti nos quixotismos. Eu não queria ver o mal que me rodeava. Meus olhos se fixavam nas conquistas – Conquistar o quê, meu Deus, se eu próprio não passava de um tolo que nunca se dominou? 
As dores se sedimentaram e eu acabei no leito de um hospital. No intento de fazer o bem, ganhei inimigos. No esforço de ser relevante, fiz-me antipático. Descobri que a popularidade cobra um preço alto. Aprendi que o zelo pelo bem termina em patíbulo. Como um bicho selvagem que não se dobra diante do chicote, nunca me acostumei às pedradas. Sofro horrores com a saraivada dos infames. Minha carne vira combustível volátil na fagulha inclemente da mentira. 
No leito, sem acesso à abóboda celestial, tomei certas decisões. Na absoluta depuração de ouvir os passos da Senhora da Foice, rabisquei nas tábuas do espírito: "Não sairei daqui o mesmo". Minhas resoluções não precisam significar nada; elas são minhas, apenas minhas.
Decido distanciar-me completa e totalmente de qualquer debate doutrinário. Não preciso provar coisa alguma. Sem medo, vou caminhar sem carecer de bitolas. Teimoso, eu voltava a desafiar críticos. Mas agora me dou por vencido. Resignado, viro o lado esquerdo da cara para os Curadores da Reta Doutrina. Que eles fiquem com o báculo da ortodoxia. Que se refestelem com a enormidade de suas descobertas espirituais. Sinto que devo marinar a alma com temperos exóticos. Prefiro aprender com prostitutas – elas me precederão no Reino. Às vezes penso em gritar, mas já é tão tarde, meu Deus!
Decido abrir mão de buscar granjear seguidores. Meu caminhar não será comprometido por lisonjas – Quanto mais lisonjeados, mais dificultados de encarar o futuro! 
Decido pactuar com quem não teme molduras, não pensa a partir de rótulos e não faz varredura no universo sagrado, que é a alma do próximo. Os purgativos que se encontrem na roda dos puros. Quero mergulhar a cabeça na poesia dos que a moralidade puritana considera insalubre. Não evitarei a genialidade dos maculados pelo crivo provinciano dos novos Torquemadas. 
Decido dedicar-me à literatura. Ainda hei de escrever; mas não para salvar o mundo. Acredito que a pena do destro escritor tem o poder de resgatar a mim mesmo enquanto padeço. Insubstancial, vou tentar entender a força do verbo que se faz carne. Rei de mundos quiméricos, não vou necessitar proteger as costas de vampiros emocionais.
Renasço. Sem afetação, engatinho aos cinquenta e seis. Decido enfrentar a nova puberdade em melhores condições, espero. A proverbial energia dos adolescentes me encorajará na fascinante tarefa de me fazer humano na velhice. Peço tão somente que não me prendam em cercaduras, o horizonte teme os meus olhos e eu não cesso de persegui-lo.

Por Ricardo Gondim

Soli Deo Gloria

Via site Ricardo Gondim

janeiro 27, 2010

Record vende 'torpedo' com orações do bispo Macedo



O portal de entretenimento da Record coloca o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, como uma celebridade do mesmo nível de estrelas populares da emissora, tais como Dado Dolabella, Eduardo Guedes e Ana Hickmann, entre outros.

No endereço www.recordentretenimento.com.br, a imagem de Macedo reveza-se na homepage com as de artistas. O anúncio convida o internauta a baixar "conteúdo e mensagens de fé" do bispo. Ele também pode receber pelo celular as últimas fofocas sobre o ex-integrante e vencedor de "A Fazenda", as novas receitas do culinarista do "Hoje em Dia" ou dicas de moda de Ana Hickmann.

Macedo é o único religioso incluído na lista de "celebridades" da emissora. O serviço é pago. Em média, o internauta que se dispuser a receber os torpedos tem de pagar cerca de R$ 2,30 por semana.

Procurada pela coluna, a Central Record de Comunicação disse não ver "problema algum nos dois tipos de conteúdo anunciados no portal, uma vez que se trata publicidade de uma empresa que é parceira da Record Entretenimento".

Por Ricardo Feltrin
Colunista do UOL



Via Site UOL Noticias

janeiro 26, 2010

Casamento entre o céu e a terra




"Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as religiões. Todos trocamos experiências e valores. Todos nos enriquecemos e nos completamos mutuamente. (...)

(...) Vamos rir, chorar e aprender. Aprender especialmente como casar Céu e Terra, vale dizer, como combinar o cotidiano com o surpreendente, a imanência opaca dos dias com a transcendência radiosa do espírito, a vida na plena liberdade com a morte simbolizada como um unir-se com os ancestrais, a felicidade discreta nesse mundo com a grande promessa na eternidade. E, ao final, teremos descoberto mil razões para viver mais e melhor, todos juntos, como uma grande família, na mesma Aldeia Comum, generosa e bela, o planeta Terra."

Casamento entre o céu e a terra. Salamandra, Rio de Janeiro, 2001.pg09

Via site Leonardo Boff  
 

Reconhecidos pelos frutos


Eu acredito na contemporaneidade dos dons espirituais, e penso que os dons são extremamente importantes para a edificação do corpo de Cristo. Contudo, a comunidade de Jesus, precisa desesperadamente ser conhecida pelos frutos e não pelos dons. O que pode ser mais claro que a indicação de Jesus "E sereis conhecidos pelos frutos"? De nada vale falarmos as línguas dos homens e dos anjos, tivermos todo o conhecimento e a fé, entregarmos tudo aos pobres, se não amarmos uns aos outros (I Co 13.1-3)?.


Na atual situação teológica da igreja brasileira (seria um caos?) os dons são tão mal compreendidos, e os frutos tão timidamente incentivados, que muitos reconhecem e caracterizam o servo de Deus, tão somente, como aquele que flui nos dons espirituais. Tem consideração entre nós aquele que cura em nome de Jesus, faz milagres, ora em línguas estranhas, profetiza, berra no microfone, faz alguns atos proféticos e assim por diante. Mas Jesus nos alertou em Mateus 7.22-23 para que não sejamos tão inocentes:


Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.


A igreja brasileira é constituída majoritariamente por membros de denominações carismáticas, e isso indica que estamos adornados pelos dons, exatamente como aquela figueira cheia de folhas em Betânia que chamou a atenção de Jesus quando ele teve fome. Mas para infelicidade da nação, estamos sem frutos, e nós sabemos o que Jesus fez com a figueira sem frutos. Somos como a igreja de Corinto, sem dúvida era a igreja que mais fluía nos dons espirituais, e também a mais problemática e escandalosa das igrejas neotestamentárias.


Muitos são tachativos em dizer que estamos passando por um período de avivamento sem precedentes na história do país. Geralmente justificam esta afirmação baseando-se nos aspectos quantitativos. De fato, estamos crescendo quantitativamente, nossos templos estão cada vez maiores, as igrejas cada vez mais ricas, mas e a qualidade? Não podemos esquecer que o islã também não para de crescer no mundo inteiro (isto é sinal de avivamento islâmico?). Deveríamos ficar maravilhados não com o tamanho da igreja, que alimenta nosso orgulho ferido evangélico, mas com vidas e sociedades verdadeiramente transformadas.


Definitivamente não sou contra os dons, mas acredito que deveríamos incentivar com mais veemência os frutos. Desejo o avivamento, uma revolução de santidade em nossa nação, mas rejeito este pseudo-avivamento, onde o que mais importa é exaltar a placa da igreja. O avivamento que desejo é semelhante ao Grande Reavivamento (XVIII) ocorrido na Inglaterra, através da figura de John Wesley e seus pregadores. Ali havia dons, mas principalmente frutos. E os frutos eram tão abundantes, que uma sociedade corrompida como aquela, desde a alta aristocracia até os "bárbaros" mineiradores, foi completamente impactada.

 

Por Daniel Grubba


DEUS AMOU O MUNDO


A palavra "mundo" na Bíblia tem pelo menos três significados. Pode representar o "mundo natureza criada", como no Salmo 24.1: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam". Também se refere ao mundo como sistema de valores anti-reino de Deus, como em 1 João 2.15: "não amem o mundo nem o que no mundo há". Mas, principalmente, mundo é uma referências a pessoas, ou mesmo à humanidade, como em João 3.16: "Deus amou o mundo".

Quando se refere às pessoas, o Evangelho de João, por exemplo, deixa claro que são pessoas em oposição a Deus. Não receberam Jesus em sua divindade (1.10), não reconheceram sua messianidade (1.11) e rejeitaram sua obra (1.12). A palavra "mundo", portanto, se refere às pessoas que estão em rebelião contra Deus e alienadas de Deus (8.23,24) e que, portanto, têm como fonte de vida (morte) o Diabo (8.41-44). Por estas razões, nutrem um ódio não apenas contra Deus como também contra tudo quanto lhe diz respeito, principalmente aqueles que reconhecem Jesus em sua divindade e messianidade e a ele se submetem em amor (15.18-25). Na Bíblia Sagrada, a expressão "mundo" não aponta para pessoas amáveis, ou que naturalmente despertam nossa compaixão e cativam nossa solidariedade. Inclui a criança abusada, a vítima de um ato de violência e injustiça e alguém que sofre em virtude da estupidez de um terceiro. Mas também inclui o abusador pedófilo, o corrupto que se locupleta às custas da miséria alheia e o motorista alcoolizado que atropelou e matou três pedestres. O amor de Deus abraça todos aqueles que teríamos razões suficientes para odiar. Pessoas inescrupulosas, que nos ferem, usurpam nossos direitos, nos submetem ao sofrimento em virtude de sua maldade, egoísmo e indiferença a tudo quanto é sagrado. 



Erroneamente acreditamos que essas pessoas ocupam apenas as páginas dos jornais, transbordando sua malignidade do alto dos morros e na periferia pobre de nossas cidades. Mais facilmente classificamos como "pessoas odiáveis" o político mau caráter, o terrorista fanático, o soldado do crime organizado e o bandido que usa farda e trai a honradez dos homens que integram nossas forças policiais. Mas no caso de Jesus as pessoas chamadas "mundo" estavam bem ao seu lado: eram os líderes de sua religião, seus amigos mais íntimos, seus homens de confiança e, especialmente, muitas que foram abençoadas por ele. Anás e Caifás, Judas, Pedro e todos quantos gritaram Barrabás. Não eram pessoas distantes. A maioria, inclusive, partilhava de sua mesa, seu afeto, sua compaixão e seu serviço amoroso.

Amar o mundo, portanto, é um desafio sobre humano. Exige abrir mão do desejo de vingança e da retaliação; recusar pagar o mal com o mal; guardar o coração do ódio, da mágoa e do ressentimento. Amar implica servir e abençoar os não amáveis: alimentar o inimigo faminto, dar de beber ao que nos odeia e tratar as feridas de quem nos quer mal. Esses todos, de quando em vez, nos chegam de longe. Mas, de fato, geralmente transitam em nossos círculos mais próximos: a família, a comunhão de amigos e a comunidade chamada igreja. 


Não foi sem razão que até mesmo para Deus amar custou e custa caro: Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito. Amar custou para Deus dizer não a si mesmo para que pudesse dizer sim ao mundo que amou: Jesus não se apegou às suas prerrogativas e direitos divinos, "mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, e achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz".

Por Ed René Kivitz

Via Site IBAB

janeiro 25, 2010

If God will send his angels \ Se Deus Enviasse Seus Anjos - U2






If God Will Send His Angels

Se Deus Enviasse Seus Anjos





Nobody else here baby
Ninguém mais aqui meu bem
No one here to blame
Ninguém aqui para culpar
No one to point the finger
Ninguém para apontar o dedo
It's just you and me and the rain
Apenas eu, você e a chuva




Nobody made you do it
Ninguém mandou você fazer isso
No one put words in your mouth
Ninguém colocou palavras na sua boca
Nobody here taking orders
Ninguém aqui está recebendo ordens
When love took a train heading south
Quando o amor tomou um trem em direção ao sul




It's the blind leading the blonde
É o cego conduzindo a loira,
It's the stuff, it's the stuff of country songs
São coisas, coisas de músicas country.




Hey if God will send his angels
Ei, se Deus enviasse seus anjos
And if God will send a sign
E se Deus mandar um sinal
And if God will send his angels
E se Deus enviasse seus anjos
Would everything be alright
Estaríamos todos bem?




God has got his phone off the hook, babe
Deus tem tirado o telefone do gancho,
Would he even pick up if he could
Ele atenderia se pudesse?
It's been a while since we saw that child
Tem um tempo desde que vimos aquela criança
Hanging 'round this neighborhood
Pela vizinhança.
You see his mother dealing in a doorway
Veja a mãe dela negociando em uma entrada
See Father Christmas with a begging bowl
Veja o Papai Noel com uma tigela de esmola.
Jesus sister's eyes are a blister
Os olhos da irmã de Jesus são uma bolha
The High Street never looked so low
A rua central nunca pareceu tão vazia.




It's the blind leading the blonde
É o cego conduzindo a loira
It's the cops collecting for the cons
São os guardas contribuindo para o crime.
So where is the hope and where is the faith
Então onde está a esperança e a fé?
And the love...what's that you say to me
E o amor...? O que você diz para mim,
Does love...light up your Christmas tree
Que o amor... acende a sua árvore de Natal?
The next minute you're blowing a fuse
No próximo minuto estaremos soprando uma vela falsa
And the cartoon network turns into the news
E o Cartoon Network se torna o noticiário.




If God will send his angels
Se Deus enviasse seus anjos
And if God will send a sign
E se Deus mandar um sinal
And if God will send his angels
E se Deus enviasse seus anjos
Where do we go
Para onde nós iríamos?
Where do we go
Para onde nós iríamos?




Jesus never let me down
Jesus nunca me deixa triste
You know Jesus used to show me the score
Sabe, Jesus costumava me mostrar o caminho.
Then they put Jesus in show business
Então puseram Jesus no show biz,
Now it's hard to get in the door
Agora está difícil chegar à porta.
(Angel)
(Anjo)




It's the stuff, it's the stuff of country songs
São coisas, coisas de músicas country.
But I guess it was something to go on
Mas acho que iria continuar assim




If God will send his angels
Se Deus enviasse seus anjos
I sure could use them here right now
Tenho certeza de que poderia usá-los aqui e agora
Well if God would send his angels
Bem, se Deus enviasse seus anjos...




I don't want to lie
Eu não quero mentir
(Where do we go)
(Para onde iríamos?)
I don't want to have a feel for the song
Eu não quero ter uma idéia para a música
And I want to love, and I...
E eu quero te amar, e eu...
(Where do we go)
(Para onde iríamos?)
And I want to feel alone
E eu quero me sentir sozinho

Quando Comecei a Crescer ...



Lembro-me que na minha adolescência, nos momentos de tristeza eu pegava o violão ia para fundo de minha casa e lá cantava e escrevia algumas canções como forma de desabafo e "superação", digamos assim. O tempo passou e eu cresci, e quando isso aconteceu, demorou muito para enxergar que basicamente "crescer" não era o melhor caminho. 

Com 19 anos deixei as rodas de samba e a boemia na capital mineira para estudar administração e ser um homem "sério" (detalhe comecei com 15 para 16 anos na noite), a música não dava muita grana, e creio que meu "amor" pelo samba não sobreviveu à escassez de capital (risos). Assim fui para a faculdade, comecei uma nova vida, quis ser grande, e ai tudo mudou. 

Quando comecei a crescer, esqueci da contemplação que me fazia um adolescente sonhador que poetizava a vida, e os dramas em linhas de sambas escritos nos humildes botecos da periferia mineira, ou até mesmo no quintal de minha casa lá no aglomerado Serra, que, em minha opinião, tinha a visão mais bonita para se tomar café e fumar nas noites frias. Com as supostas responsabilidades da nova vida, vieram também as competições, as necessidades de um bom MKT pessoal, e um mundo cheio de gente grande me forçando a crescer, enquanto eu queria continuar a viver uma vida despretensiosa como menino. Isto tudo gerou conflitos, as pessoas me olhavam e me encaravam como um jovem de potencial. Que tinha talento para ser um homem de "sucesso", e eu em contra partida entrava na dança. O sistema tocava o ritmo e eu dançava, um dia acordei, e notei que minha vida havia mudado, eu que outrora sonhei com uma casa simples no pé do morro, com janelas vermelhas, um cachorro vira lata no quintal, uma esposa linda e companheira, e os filhos grudados em minha perna, me via com belos carros, belas casas, e tudo mais. 

O tempo passou, e um dia acordei e vi que meu orgulho havia me dominado que minha alma estava daltônica, que o medo era parte de minha vivência, e que a loucura batia a minha porta. A decisão de ser "grande" me cobrou o seu preço, as competições do mundo dos "adultos" não é para quem quer ser do bem, elas não são saudáveis, os jogos de interesse, aliados com o orgulho, gerou um ser sem amor, sem estima, sem caráter, pois cada dia o jogo me levava ao MKT pessoal, que por várias vezes entram em conflito com um ou outro valor de minha consciência, e quando isso ocorre ou se retrocede, ou morre. Eu morri.

Um dia acordei me senti sem alma, sem vida, sem perspectiva, e quando isso aconteceu corri para o mais obvio caminho que é o da religião. Por lá fiquei um pouco mais doente (risos), pois demorou muito para alguém me dizer a verdade, alguém me parar e falar; a culpa disso tudo é sua. E com isso foi ficando mais doente, pois a chaga estava lá, precisava ser tratada, estava na minha alma, e todos diziam que era fruto das maldições, do capeta, de tudo, menos do meu orgulho e de minha irresponsabilidade.

Demorou muito até chegar os resultados, e nisto a vida continuou. Lutei contra o medo em meus locais de trabalho, em meus relacionamentos, e a vida continuava enquanto aos poucos ia enxergando um detalhe ou outro. Passaram-se 4 anos, em que as lutas são constantes, pois o mundo me instiga todos os dias a continuar a competição. Ela me cercou nos trabalhos, em casa, e por fim no meu relacionamento, que foi destruído pelo "game".


Hoje me vejo retroceder, fazer o caminho contrário, em quanto às pessoas jogam, eu me rendo, estou mais para ser crucificado, do que para crucificar. Nisto me vejo voltando a infância, as músicas como forma de desabafo, a minha casa com janelas vermelhas, a vida simples. Espero que continue assim, isto tem me dado paz em meio às adversidades, e creio que tem me mostrado os valores de uma vida verdadeiramente Cristã. 

Sabe, fico muito triste em ver as pessoas assim, pois estes sentimentos e comportamentos anulam o que temos de melhor que é a compacidade de contemplar e se relacionar.

E não desejo este inferno nem para o meu pior inimigo


Por Thiago Ferreira dos Anjos


25/01/2010.


Belo Horizonte - MG

janeiro 22, 2010

É possível ser feliz num mundo infeliz?



Não podemos calar a pergunta: como ser feliz num mundo infeliz? Mais da metade da população mundial é sofredora, vivendo abaixo do nível da pobreza. Há terremotos, tsunamis, furacões, inundações e secas.

No Brasil apenas 5 mil famílias  detém 46% da riqueza nacional. No mundo 1125 bilionários individuais possuem riqueza igual ou superior à riqueza do conjunto de paises onde vive 59% da humanidade. O aquecimento global evocou o fantasma de graves ameaças à estabilidade do planeta e ao futuro da humanidade. Diante deste quadro, é possível ser feliz? Só podemos ser felizes junto com outros.


Importa reconhecer que estas contradições não invalidam a busca da felicidade. Ela é permanente embora pouco encontrada. Isso nos obriga a fazer um discurso critico e não ingênuo sobre as chances de felicidade possível.


Na reflexão anterior sobre o mesmo tema, enfatizamos o fato de que a felicidade sustentável é somente aquela que nasce do caráter relacional do ser humano. Em seguida, é aquela que aprende a buscar a justa medida nas contradições da condição humana. Feliz é quem consegue acolher a vida assim como ela é, escrevendo certo por linhas tortas. Aprofundando a questão, cabe agora refletir sobre o que significa ser feliz e  estar feliz. Foi Pedro Demo, a meu ver, uma das cabeças mais bem arrumadas da inteligência brasileira, que entre nós melhor estudou a "Dialética da Felicidade"(3 tomos, 2001). Ele distingue dois tempos da felicidade e nisso o acompanhamos: o tempo vertical e o tempo horizontal. O vertical é o momento intenso, extático e profundamente realizador: o primeiro encontro amoroso, ter passado num concurso difícil, o  nascimento do primeiro filho. A pessoa está feliz. É um momento que incide, muito realizador, mas passageiro.


E há o momento horizontal: é o que se estende no dia a a dia, como a rotina com suas limitações. Manejar sabiamente os limites, saber negociar com as contradições, tirar o melhor de cada situação: isso faz a pessoa ser feliz.


Talvez o casamento nos sirva de ilustração. Tudo começa com o enamoramento,  a paixão e a idealização do amor eterno, o que leva a querer viver junto. É a experiência de estar feliz. Mas, com  o passar do tempo, o amor intenso dá lugar à rotina e à reprodução de um mesmo tipo de  relações com seu desgaste natural. Diante desta situação, normal numa relação a dois,  deve-se aprender a dialogar, a tolerar, a renunciar e a cultivar a ternura sem a qual o amor se extenua até virar indiferença. É aqui que a pessoa pode ser feliz ou infeliz.

Para ser feliz na extensão temporal, precisa de invenção e de sabedoria prática.

Invenção é a capacidade de romper a rotina: visitar um amigo, ir ao teatro, inventar um programa.  Sabedoria prática é saber desproblematizar as questões, acolher os limites com leveza, saber rimar dor com amor. Se não fizer isso, vai ser infeliz pela vida afora.


Estar feliz é um momento. Ser feliz é a um estado prolongado. Este se prolonga porque sempre é recriado e alimentado. Alguém pode estar feliz sendo infeliz. Quer dizer, tem um momento intenso de felicidade (momento) como o reencontro com um irmão que escapou da morte. Como pode ser feliz (estado) sem estar feliz (momento), quer dizer, sem que algo lhe aconteça de arrebatador.


A felicidade participa de nossa incompletude. Nunca é plena e completa. Faço minha a brilhante metáfora de Pedro Demo:"a felicidade participa da lógica da flor: não há como separar sua beleza, de sua fragilidade e de seu fenecimento".


Por Leonardo Boff

Via site Leonardo Boff

Lula em filme é bom demais para ser verdade, diz 'Economist'


Uma reportagem publicada nesta quinta-feira na revista britânica The Economist afirma que o Lula apresentado no filme Lula, o Filho do Brasil "é bom demais para ser verdade".

O artigo diz que o filme conta a história de um garoto pobre que subiu na vida, "cujas virtudes foram capturadas em close-up, mas cujos defeitos ficaram na mesa de edição".

"(Lula) é bom demais para ser verdade: estudante perfeito, marido perfeito e um político moderado que repudia a violência", diz o artigo. "É uma pena. Uma versão com mais nuances não diminuiria a formidável trajetória e as conquistas de Lula".

O artigo leva o título "Lula, Higienizado", porque, para o autor, o filme amenizou ou apresenta versões completamente diferentes do que teria sido narrado na biografia em que o filme foi baseado.

"É uma versão adocicada", diz o texto. Como exemplo, o artigo cita um incidente narrado no livro e que teria sido "aprovado por Lula", o episódio em que o diretor de uma fábrica em greve é atirado de uma janela.

No filme, Lula se distancia da fábrica "chocado", o que seria "vergonhoso", diz o texto. A revista também cita as acusações de que o filme seria uma arma política para ajudar na campanha de Dilma Rousseff, candidata apoiada por Lula para as eleições presidenciais deste ano.

O texto diz que o filme vem atraindo mais público no nordeste do que no sudeste, "refletindo o desempenho de Dilma Rousseff (candidata às eleições presidenciais apoiada por Lula) nas pesquisa de opinião".

"Beneficiar-se de um pouco do carisma de Lula é a maior esperança para Dilma chegar à presidência em outubro e há sinais de que isso já esteja acontecendo", afirma o artigo.

Para a revista , o filme é um exemplo de uma nova tendência no mercado do entretenimento. "Houve um tempo em que era considerado indecente transformar pessoas ainda vivas em mitos, ou mesmo em filmes ", abre o artigo.

"Gandhi esperou 34 anos após sua morte antes de aparecer nas telas. George W. Bush, em contraste foi vítima de um filme biográfico de Oliver Stone no último ano de sua presidência".


janeiro 21, 2010

Em busca de lágrimas absolutas


Minhas antigas amizades se dissolvem como bolhas de sabão. Esqueci nomes. Mal consigo lembrar os olhos de quem já passou por minha vida. O passado diluiu momentos que poderiam torná-los familiares. Fiz-me irmão, e doei-me inteiramente a companheiros, mas hoje hesito. Desconfiado, reparto pedaços do coração. Não suporto imaginar a dor de outras separações, de mais decepções.

Tenho medo de abrir os porões da alma. A desarrumação de minha casa faz sentido para mim. O que os outros consideram bagunça, tem uma sincronicidade própria, que me deixa em paz. Vacilo em rasgar os envelopes selados, onde escondo segredos. Sei detectar os traumas que me deixaram chorão, os complexos que me deram olhos melosos, as circunstâncias que me fizeram viver à beira do pranto, as fragilidades que me transformaram em tímido. Mas não pretendo explicar nada a ninguém.

Tornei-me cauteloso quando brinco e rio. Fujo dos que procuram analisar a minha felicidade; ela não carece de julgamentos. O riso que meus lábios desenham não tem que ser explicado. Introjeto a alegria para que não seja pisoteada como a pérola da parábola. Prezo em não deixar vazar frágeis contentamentos; a pouca riqueza que amealhei merece ser guardada debaixo de mil segredos.

Olho para colegas e antecipo navalhadas. Resguardo as costas dos estiletes da inveja. Assusto-me. As maldades que já sofri são parecidas com as que eu próprio já acalentei no peito. Se não sei explicar o porquê de atitudes mesquinhas em mim, também não justifico a estreiteza que observo no próximo. Não sou pior nem melhor que os demais. Por isso, cerco o quintal de  casa contra lobos ferozes. Sempre espero alguém ávido para destruir o pedacinho da dignidade que me resta.

Soli Deo Gloria

Por Ricardo Gondim

Via site Ricardo Gondim

janeiro 20, 2010

Com exceção da mente e do coração!


Enquanto quebrava pedras, percebi que eles tinham me roubado muita coisa. Haviam abusado de mim fisicamente e emocionalmente. Haviam me afastado de minha mulher e de meus filhos. Tinham me tirado tudo, à exceção da mente e do coração.

Nelson Mandela

janeiro 19, 2010

Estágiario demitido!

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Deus imerso no humano



Quem é Deus? Por que existe algo ao invés de nada? Estupefatos, contemplamos o céu estrelado, a fúria das marés e inquirimos: Por que a beleza? Diante da mente humana, buscamos entender como nasceu amor e ódio, criatividade e maldade. Onde está Deus? Podemos entender a transcendência absoluta?

A cultura semítica, de onde Jesus formulou os seus conceitos, não especulava, mas se contentava em relacionar-se com Deus como Pai. Judeu nômade, profeta ou sacerdote, não esboçava cartilha para entender a Divindade. Javé não era objeto de estudo, não participava de uma elaboração lógica, dedutiva, que procurava captar mentalmente o ser divino. Na tradição judaica, Deus era crido na dimensão existencial e poética. Eles se contentavam em narrar os atos de Deus na história, na imanência. Não havia preocupação de encaixá-lo em uma racionalidade analógica e dedutiva. 

Quando o cristianismo primitivo precisou dialogar com o mundo greco-romano, os Pais da Igreja, geração que sucedeu os apóstolos, mostraram-se cuidadosos em demonstrar que a fé cristã era mais que uma seita judaica. Eles lutavam para que o cristianismo sobrevivesse em um mundo que debatia ideias. A fé, confrontada com o pensamento platônico, não deixaria nada a desejar.

Vários pressupostos filosóficos sobre a Divindade foram então absorvidos pelo cristianismo. Assim como cristianismo influenciou de forma decisiva o Ocidente, o Ocidente também o transformou. A teologia que se consolidou passou a repetir o conceito aristotélico de que a divindade é um "Motor imóvel". Já que perfeição significava imobilidade na filosofia, Deus era concebido como tão absolutamente perfeito, que nunca poderia experimentar qualquer mudança. Caso mudasse, deixava de ser Deus. Qualquer alteração, para pior ou para melhor, significava não ter, anteriormente, a perfeição absoluta. E um Deus que não fosse perfeito não era Deus. 

Quando o cristianismo se espalhou, inúmeros deuses povoavam o mundo antigo - o Panteão estava lotado deles. Ninguém franzia a testa se escutasse sobre a Encarnação. Não espantava acreditar que Deus encarnou e foi visto caminhando pelas estradas poeirentas da Palestina. A dificuldade, a loucura, era afirmar que um contador de histórias, um carpinteiro frágil, manso e amigo de gente imperfeita, era Deus e, pior, havia morrido por mãos humanas. 

Isso não era só um paradoxo, mas uma insanidade: Como? Deus morrer? A morte de Jesus, não só demolia o edifício conceitual da filosofia, como se colocava como a contradição mais escandalosa. Essa mensagem correu o mundo. O Transcendente absoluto, o Deus dos deuses, podia ser melhor compreendido olhando para Jesus de Nazaré. As conjecturas gregas não colavam nele. O Filho do Homem não tangenciava Movedor imóvel de Aristóteles. 

É preciso retomar a ênfase do cristianismo primitivo. Jesus não se parece com Deus como "Ato Puro". Em Cristo, Deus não é apático e não está preso pela camisa de força da metafísica. A Divindade se fez gente e mostrou-se comovida de "viscerais afetos" por uma viúva a caminho de enterrar o filho. Chorou diante da sepultura de um amigo (Ah, como a dor humana dói em Deus! – "Em toda a angústia deles, foi ele angustiado" – Isaías 63.9). Irritou-se com a opressão religiosa. Entendeu, e acolheu, as lágrimas de uma prostituta.

Realmente Jesus não se parecia com o que fora dito sobre Deus. A pregação cristã nasceu em cultura distinta da helênica. O Reino que Jesus anunciou não encontrava paralelo na cultura, nos mitos, nas tragédias. O Deus de Jesus estava além do alcance de poderosos e sábios; mas podia ser intuído por puros de coração, crianças e marginalizados. Para detectar réstias do mundo espiritual, era preciso ouvir o inaudível, ver o imperceptível, tocar no intangível. Grãos de mostarda, ovelhas indefesas, gente inoperante, escravos inúteis, pecadores indignos, filhos pródigos, prostitutas, leprosos, cegos, mendigos, exorcistas informais, lírios e pardais, compunham o mosaico que revela Deus. 

Jesus não se fantasiou, não encarnou por um breve período, mas assumiu a contingência humana com todas as consequências, inclusive a de morrer. Exageradamente humano, libertou homens e mulheres da exigência de se tornarem deuses - A plenitude da Divindade habitou em Jesus de Nazaré. Deus mostrou-se imerso no humano. Não era preciso procurá-lo na trans-história, no sobrenatural, mas na vida. "O Reino de Deus chegou!" Jesus foi a revelação mais próxima que jamais teremos de Deus, que escolheu vulnerabilizar-se em seu amor. 

Outras divindades podem ser descartadas como ídolos.

Soli Deo Gloria

Por Pr. Ricardo Gondim

Via site Ricardo Gondim

janeiro 18, 2010

Pensamento do dia!


Eu não tenho problemas com igreja, desde que elas não interfiram no trabalho de Deus.

Brooks Atkinson


A oração simples



Não existe oração errada. Aliás, a oração errada é aquela que não é feita. A Bíblia Sagrada ensina que se deve orar a respeito de tudo. Orar por qualquer motivo, qualquer hora, qualquer lugar, sempre que o coração não estiver em paz. Tão logo o coração experimente apreensão, preocupação, medo, angústia, enfim, seja perturbado por alguma coisa, a ação imediata de quem confia em Deus é a oração.

O apóstolo Paulo diz que não precisamos andar ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, com ação de graças, devemos apresentar nossos pedidos a Deus, tendo nas mãos a promessa de que a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará nossos sentimentos e pensamentos em Cristo Jesus (Filipenses 4.6,7). A expressão "coisa alguma" inclui desde uma vaga no estacionamento do shopping center quanto o fechamento de um negócio, o desejo de que não chova no dia da festa quanto a enfermidade de uma pessoa querida.

Esta experiência de oração é chamada de oração simples: orar sem censura filosófica ou teológica, orar sem se perguntar "é legítimo pedir isso a Deus?" ou "será que Deus se envolve nesse tipo de coisa?". Simplesmente orar.

A garantia que temos quando oramos assim é a paz de Deus em nossos corações e mentes. A Bíblia não garante que Deus atenderá nossos pedidos exatamente como foram feitos: pode ser que a vaga no estacionamento não seja encontrada e que chova no dia da festa. A oração não se presta a fazer Deus trabalhar para nós, atendendo nossos caprichos e provendo o nosso conforto. Já que a causa da oração simples é a ansiedade, a resposta de Deus é a paz. O resultado da oração não é necessariamente a mudança da realidade a respeito da qual se ora, mas a mudança da pessoa que ora. A mudança da situação a respeito da qual se ora é uma possibilidade, a mudança do coração e da mente da pessoa que ora é uma realidade. Deus não prometeu dizer sim a todos os nossos pedidos, mas nos garantiu dar paz e nos conduzir à serenidade. Não prometeu nos livrar do vale da sombra da morte, mas nos garantiu que estaria lá conosco e nos conduziria em segurança através dele.

O maior fruto da oração não o atendimento do pedido ou da súplica, mas a maturidade crescente da pessoa que ora. Na verdade, a estatura espiritual de uma pessoa pode ser medida pelo conteúdo de suas orações. Assim como sabemos se nossos filhos estão crescendo observando o que nos pedem e o que esperam de nós, podemos avaliar nosso próprio crescimento espiritual através de nossos pedidos e súplicas a Deus. As orações revelam o que realmente ocupa nossos corações, o que realmente é objeto dos nossos desejos, o que nos amedronta, nos desestabiliza e nos rouba a paz.

O apóstolo Paulo diz que quando era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Mas quando se tornou homem, deixou para trás as coisas de menino (1Coríntios 13.11). Não existe oração certa e errada. Mas existe oração de menino e oração de homem. Oração de menina e oração de mulher. A diferença está no coração: coração de menino e de menina, ora como menino e menina. A nossa certeza é que Deus também gosta de crianças.
© 2008 Ed René Kivitz
Via site da IBAB

Que se resgate a Esperança.



Esperança já foi criticada como armadilha; ao prometer um futuro melhor, enganaria os incautos. Amaziada com a utopia, adiaria as iniciativas transformadoras do presente. Os corojosos, acreditava Nietzsche, não precisam de suas juras futeis, e só os covardes se valem de seus acenos. 

Esperança se tornou substantivo que se desgastou por uso excessivo; na boca de demagogos, palavra piedosa que não comunica coisa alguma.

Porém, Esperança permanece o alento que resta aos pobres. Quem aguarda novos céus e nova terra levanta a cabeça. Por sua causa, na Páscoa, os judeus se cumprimentaram em guetos imundos: "No próximo ano, em Jerusalém". Inspirados na Esperança, escravos negros cantaram nos velórios: "Free at last, free at last!".

Esperança é irmã mais frágil da fé. Sua fragilidade vem da insustentabilidade. Esperança não nasce de certezas. O chão da Esperança, inseguro como areia movediça, será sempre improvável. Nas Escrituras, lê-se que "a Esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo?" (Romanos 8.24). 

Mesmo incerta e incapaz de fazer promessas absolutas, Esperança alimenta o herói em sua gesta heróica. Animado pelo impossível, ele desenvolve sensibilidades que adensam os sonhos da Cidade futura, onde paz e justiça se beijarão.

Esperança espera, mas jamais obedece a mecânica do tempo. Nela, não existem cronogramas, relógios e planejamentos estratégicos. Enquanto flui, Esperança não se obriga senão que satisfará os que se engajarem pela vida. O galardão da Esperança resume-se a fazer da excelência um fim em si mesmo, jamais um meio.

 
A cor da Esperança dizem ser verde. Então, eis o tom que anima o vencido a continuar resoluto. Só ela ressuscita audácia em corações arruinados. Esperança devolve ao desiludido, lambuzado de cinza, as cores da vida. 

Esperança exorciza mau agouro, cala pessimistas e revoga os decretos do Destino. Esperança não sobrevive de quimeras; não procura construir castelos nas nuvens; não doura pílulas; não promove viagens alucinógenas. Todo esperançoso se torna companheiro de valentes, de intrépidos, de aventureiros. Neles, pulsa o coração de um batalhador, de onde surge a poesia mais inspiradora.

Esperança se move de trás para frente. Réstias de sua luz emanam desde o futuro longínquo para iluminar o presente. Esperança é a  força derradeira que anima o velho e o brilho que anima os olhos da mãe quando embala o filho. 

Abraão, Moisés, Don Quixote, Martin Luther King Jr., e o Eródoto, meu pai, foram homens que navegaram nas águas da Esperança; oceano que conhecemos tão pouco, mas que sem ele não sobreviveríamos.

Soli Deo Gloria.

Por Ricardo Gondim

Via site Ricardo Gondim

janeiro 15, 2010

Jesus é para os Perdedores

Jesus Americano

Stephen Prothero's American Jesus: How the Son of God Became a National Icon (Jesus Americano: Como o Filho de Deus se Tornou um Icone Nacional) investiga as várias interpretações de Jesus na História Americana. Ele argumenta convincentemente que o que os Americanos tem visto em Jesus tem sido um reflexo deles mesmos. As versões de Jesus que Prothero enxerga na história cultural Americana—Sábio Iluminado, Principal Redentor, ou Superstar—é principalmente reflexo dos ideais e esperanças Americanas.

Amigo dos Perdedores

Nos Evangélios de Jesus, nós encontramos outra versão: Amigo dos Perdedores (Agradeço ao Steve Taylor pela brilhante musica "Jesus is for Losers" (Jesus é para Perdedores)). Jesus ama os perdedores espirituais: vigaristas, prostitutas e bebados. Estas não eram pessoas "" These were not people "encontrando crescimento com virtudes nobres." Jesus nos disse o que pensar sobre a missão Dele para os perdedores: " Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento."


Boas Notícias

A boa notícia é que nós somos todos "os enfermos" que estão no escopo da missão de Jesus. No seu comentario em Galatas, Martin Luther explica a boa notícia dessa maneira: "Ainda que eu seja um pecador de acordo com a Lei…mesmo assim eu não me desespero, porque Cristo vive e ele é a minha eternal e celestial vida. Nessa justiça e vida eu não tenho pecado ou morte. Eu sou com certeza um pecador nesta vida presente e nessa justiça, onde a Lei me acusa. Mas acima desta vida eu tenho outra justiça, outra vida, que é Cristo, que não conhece o pecado e a morte mas é justo e vida eterna."


Liberdade e Alegria

O resultado dessa boa notícia sendo verdade pode ser liberdade e alegria—liberdade porque nós não somos inimigos de Deus e alegria porque nós não precisamos nos levar tão a sério. Quando Jesus entrou em cena, Ele disse que ele troxe o Reino de Deus. E este Reino se parece com uma festa para a qual todos os perdedores estão convidados. O cego recebeu a visão, o paralitico pode andar, e o doente foi sarado. Tem muito a se celebrar neste Reino. E muitas das Suas parabolas terminam com celebração e alegria.

Porque nós vemos tão pouco dessa alegria e liberdade? Por acaso os velhos fariseus, com seus legalismos exagerado, tem nos afastado da alegria e liberdade? Temos domesticado a graça extravagante de Deus baseando-se em técnicas moralistas e diciplinas? Temos negligenciado o fato de sermos conhecidos e amados por Deus? Temos esquecido que somos aceitos e não merecemos isso?


Justin Holcomb

Via Blog Solomon

Procuram-se anti-heróis

Por Ricardo Gondim.


alguns anos, Lance Morrow escreveu na revista "Time" que "ser famoso é, entre as ambições humanas, a mais universal. Quem, a não ser monges e freiras, se contenta com a simples atenção de Deus? Quem busca ser obscuro na vida? Em nossa sociedade, ser obscuro é ser fracassado". Realmente, o mundo está lotado de gente correndo pelos primeiros lugares. Já se disse que quem chega em segundo não é vice, apenas o primeiro entre perdedores. Somos seduzidos pelas luzes e holofotes feito mariposas. O Ocidente alimenta o sonho do heroísmo; a modernidade, calcada na ideia do progresso, acena que a felicidade depende de conquistas; e a espiritualidade que se difundiu no hemisfério sacraliza ideais ufanistas.

Especialistas em planejamento estratégico, gurus em autoajuda e neurolinguistas repetem a fórmula da eficiência, competência, excelência, como estradas para o sucesso. A vida se transforma em uma guerra na qual os mais fortes sobrevivem. O esforço de ser campeão cria a necessidade de suplantar os outros. Importa conquistar o pódio dos grandes ídolos. Os menos hábeis que pelejem para não serem extintos.

Será que anônimos, gente simples, que jamais ganharão um Prêmio Nobel, merecem o desprezo que sofrem? Devem ser tratados como fracassados aqueles que nunca serão manchete de jornal? A indústria do espetáculo torna difícil acreditar que muita gente leve uma vida bonita sem as luzes da ribalta.

A cosmovisão moderna foi criticada em "Crime e Castigo", de Dostoievsk Raskólnikov, personagem principal, classifica a humanidade em seres "ordinários" e "extraordinários". Para justificar um assassinato, ele afirma que os "ordinários" são as pessoas que vivem uma vida despretensiosa, sem grandes desdobramentos para a macro-história. Esses podem ser sacrificados pelos "extraordinários", que são os responsáveis pela condução da história. Impressionado por Napoleão ter derramado tanto sangue e mesmo assim ter sido perdoado pela história, Raskólnikov se comporta como uma pessoa "extraordinária" e assassina duas vidas.

O mundo, entretanto, não precisa de heróis, mas de anti-heróis. Gente que ame a discrição mais que o espalhafato, que valorize a intimidade relacional mais que a superficialidade, que veja beleza na candura mais que na sofisticação e que não fuja de sua fragilidade humana. O desabafo de Fernando Pessoa em "Poema em Linha Reta" merece ser mencionado: "Quem me dera ouvir de alguém a voz humana/ Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;/ Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!/ Não, são todos o Ideal, se os ouço e me falam./ Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?/ Ó príncipes, meus irmãos,/ Arre, estou farto de semideuses!/ Onde é que há gente no mundo?".

O evangelho não incentiva a busca do sucesso. Jesus, discretíssimo, jamais aceitou a lógica do triunfo. Ele exerceu o seu ministério nos confins da Galileia e não em Jerusalém; escolheu pescadores rudes como discípulos; priorizou alcançar marginalizados, pobres e esquecidos. Não cedeu ao apelo de ir para Atenas, mas foi para Jerusalém morrer. A lenta transformação do cristianismo em um sistema religioso com heróis de renome, ícones aplaudidos e mitos idealizados não tem nada a ver com o projeto inicial do carpinteiro de Nazaré.

Cristianismo não é espetáculo. Nem sequer louvor significa show. Não se pode confundir profeta com animador de auditório nem evangelista com mascate. Púlpito não pode virar palco; nem sacristia, camarim. Esperança não se vende, nem milagre deve ser trampolim para a glória.

Paulo afirma em 1 Coríntios 4 que os líderes se consideram como despenseiros dos mistérios de Deus, e dos despenseiros requer-se tão-somente que sejam fiéis. Deus não premia sucesso, e sim integridade. Mulheres e homens anônimos, que trabalharam a vida inteira em asilos, comunidades indígenas, orfanatos, favelas, centros de reabilitação de alcoólicos, não malograram; pelo contrário, estes são os que a epístola aos Hebreus descreve como aqueles dos quais "o mundo não é digno". Eles são sal da terra e luz do mundo. Nunca a fé cristã dependeu tanto desses anônimos que seguem os passos de Jesus.

Soli Deo Gloria

Via site Ricardo Gondim