Por Thiago Ferreira
Toda vez que falamos em sistema, falamos de algo que delimita padrões para que alguma coisa seja considerada, ou marginalizada. Quando olhamos por esta óptica vemos que o governo tem seu sistema para aprovar ou não um cidadão como sendo homem de bem, vemos que os grupos sociais como as tribos urbanas tem seu próprio sistema que delimita o padrão para se ser aceito ou não.Se observamos bem veremos que a “igreja” , tem um próprio sistema como uma tribo, ou ate mesmo o governo, na qual se aceita uma pessoa ou a marginaliza.
A grande questão é que a “igreja” se considera fora do sistema, ou seja, ela se considera diferente, onde se há um novo conceito de vida e existência. Neste texto quando eu citar IGREJA, faço a referência feita por Cristo ao o trigo, e sempre quando falar “igreja”, faço referencia ao joio, que é a parte ruim da historia. Mais o que realmente complicado é enxergar o joio e o trigo, pois a IGREJA e a “igreja” convivem no mesmo espaço e tem a mesma aparência.
Para podermos tocar o cerne desta questão será necessário discorremos sobre um conceito que perdeu seu sentido original com o passar dos anos. A bíblia diz que Deus não habita em tendas nem em templos feitos por mãos, toda a vez que falamos a palavra igreja, logo pensamos em casa de Deus, ou seja, lugar onde Deus habita.Dessa forma igreja não é um lugar como um templo feito de tijolos e sim a um ser feito de carne e osso, que através do amor se encontra com Deus para que ele possa habitar. Isso é fantástico pois revela um Deus que é acima de tudo um Deus que busca se relacionar e dessa forma se revelar não ao nosso externo existencial , mais sim em nossa alma se tornando desta forma parte de nossa existência.
Isso é algo maravilhoso, mais nos leva a uma questão que é ; se Deus aparecesse de forma externa ele seria visível aos olhos humanos e poderia ser notado em nossa vida como um utensílio que carregamos , mais ele sendo um ser intrínseco em sua IGREJA, ou seja, um Deus que esta dentro e não fora, ele não pode ser visto , dessa forma o joio e o trigo tem a mesma aparência mais o que realmente os diferencia é a sua essência .
Então fica uma pergunta; como saber quem é a IGREJA , e quem é a “igreja“? Esta resposta e complexa e tem que se levar em conta algumas questões. No livro do apostolo Tiago , o mesmo afirma que a verdadeira religião é cuidar dos órfãos e das viúvas, em suas aflições, e no evangelho segundo Mateus, Jesus afirma que no juízo final ele dividira os bodes das ovelhas e dirá; Vinde benditos do meu Pai ao reino que lhe está construído desde a fundação do mundo, pois tive fome e me deste de comer, tive sede e me deste de beber, estive preso e foste me visitar, e etc. Se avaliarmos o contexto destas duas passagens bíblicas veremos que no juízo final o critério de avaliação para se dizer se alguém é ou não de Deus será somente o amor. Isso é uma máxima, há varias referencias a este fato em toda a bíblia, o próprio Jesus disse que seriamos conhecidos como seus discípulos por amarmos uns aos outros, o apostolo Paulo em sua 1ª carta aos cristãos em Corinto , afirma no capitulo13, que nada sem amor tem valor, que o amor é o princípio, ou seja, o ponto de partida para os filhos de Deus.
Com base nisso pode se afirmar que a “igreja” , ou seja, a parte do sistema dentro da igreja(lugar onde se vai buscando comunhão , a denominação), tem aparência mais não tem a essência, amor. E que a IGREJA pode ter ou até não ter aparência , mais ele tem o principio que é o amor. A resposta para a questão é que dentro dos espaços religiosos cristãos, que é a igreja denominação, se tem tanto a “igreja”, como a IGREJA, e a primeira busca cumprir o sistema moralista doutrinário pré-determinado, e a segunda busca amar de forma incondicional como Cristo amou, amando as prostitutas e não a tacando pedras, amando os que pouco ama entendendo que estes são os que mais precisam de amor.
*Artigo postado originalmente em março 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário