janeiro 28, 2010
O QUE SIGNIFICA EVANGELIZAR?
Não morri pela primeira vez
Por Ricardo Gondim
Soli Deo Gloria
janeiro 27, 2010
Record vende 'torpedo' com orações do bispo Macedo
Por Ricardo Feltrin
Colunista do UOL
janeiro 26, 2010
Casamento entre o céu e a terra
Reconhecidos pelos frutos
DEUS AMOU O MUNDO
Quando se refere às pessoas, o Evangelho de João, por exemplo, deixa claro que são pessoas em oposição a Deus. Não receberam Jesus em sua divindade (1.10), não reconheceram sua messianidade (1.11) e rejeitaram sua obra (1.12). A palavra "mundo", portanto, se refere às pessoas que estão em rebelião contra Deus e alienadas de Deus (8.23,24) e que, portanto, têm como fonte de vida (morte) o Diabo (8.41-44). Por estas razões, nutrem um ódio não apenas contra Deus como também contra tudo quanto lhe diz respeito, principalmente aqueles que reconhecem Jesus em sua divindade e messianidade e a ele se submetem em amor (15.18-25). Na Bíblia Sagrada, a expressão "mundo" não aponta para pessoas amáveis, ou que naturalmente despertam nossa compaixão e cativam nossa solidariedade. Inclui a criança abusada, a vítima de um ato de violência e injustiça e alguém que sofre em virtude da estupidez de um terceiro. Mas também inclui o abusador pedófilo, o corrupto que se locupleta às custas da miséria alheia e o motorista alcoolizado que atropelou e matou três pedestres. O amor de Deus abraça todos aqueles que teríamos razões suficientes para odiar. Pessoas inescrupulosas, que nos ferem, usurpam nossos direitos, nos submetem ao sofrimento em virtude de sua maldade, egoísmo e indiferença a tudo quanto é sagrado.
janeiro 25, 2010
If God will send his angels \ Se Deus Enviasse Seus Anjos - U2
If God Will Send His Angels | Se Deus Enviasse Seus Anjos |
Nobody else here baby | Ninguém mais aqui meu bem |
No one here to blame | Ninguém aqui para culpar |
No one to point the finger | Ninguém para apontar o dedo |
It's just you and me and the rain | Apenas eu, você e a chuva |
Nobody made you do it | Ninguém mandou você fazer isso |
No one put words in your mouth | Ninguém colocou palavras na sua boca |
Nobody here taking orders | Ninguém aqui está recebendo ordens |
When love took a train heading south | Quando o amor tomou um trem em direção ao sul |
It's the blind leading the blonde | É o cego conduzindo a loira, |
It's the stuff, it's the stuff of country songs | São coisas, coisas de músicas country. |
Hey if God will send his angels | Ei, se Deus enviasse seus anjos |
And if God will send a sign | E se Deus mandar um sinal |
And if God will send his angels | E se Deus enviasse seus anjos |
Would everything be alright | Estaríamos todos bem? |
God has got his phone off the hook, babe | Deus tem tirado o telefone do gancho, |
Would he even pick up if he could | Ele atenderia se pudesse? |
It's been a while since we saw that child | Tem um tempo desde que vimos aquela criança |
Hanging 'round this neighborhood | Pela vizinhança. |
You see his mother dealing in a doorway | Veja a mãe dela negociando em uma entrada |
See Father Christmas with a begging bowl | Veja o Papai Noel com uma tigela de esmola. |
Jesus sister's eyes are a blister | Os olhos da irmã de Jesus são uma bolha |
The High Street never looked so low | A rua central nunca pareceu tão vazia. |
It's the blind leading the blonde | É o cego conduzindo a loira |
It's the cops collecting for the cons | São os guardas contribuindo para o crime. |
So where is the hope and where is the faith | Então onde está a esperança e a fé? |
And the love...what's that you say to me | E o amor...? O que você diz para mim, |
Does love...light up your Christmas tree | Que o amor... acende a sua árvore de Natal? |
The next minute you're blowing a fuse | No próximo minuto estaremos soprando uma vela falsa |
And the cartoon network turns into the news | E o Cartoon Network se torna o noticiário. |
If God will send his angels | Se Deus enviasse seus anjos |
And if God will send a sign | E se Deus mandar um sinal |
And if God will send his angels | E se Deus enviasse seus anjos |
Where do we go | Para onde nós iríamos? |
Where do we go | Para onde nós iríamos? |
Jesus never let me down | Jesus nunca me deixa triste |
You know Jesus used to show me the score | Sabe, Jesus costumava me mostrar o caminho. |
Then they put Jesus in show business | Então puseram Jesus no show biz, |
Now it's hard to get in the door | Agora está difícil chegar à porta. |
(Angel) | (Anjo) |
It's the stuff, it's the stuff of country songs | São coisas, coisas de músicas country. |
But I guess it was something to go on | Mas acho que iria continuar assim |
If God will send his angels | Se Deus enviasse seus anjos |
I sure could use them here right now | Tenho certeza de que poderia usá-los aqui e agora |
Well if God would send his angels | Bem, se Deus enviasse seus anjos... |
I don't want to lie | Eu não quero mentir |
(Where do we go) | (Para onde iríamos?) |
I don't want to have a feel for the song | Eu não quero ter uma idéia para a música |
And I want to love, and I... | E eu quero te amar, e eu... |
(Where do we go) | (Para onde iríamos?) |
And I want to feel alone | E eu quero me sentir sozinho |
Quando Comecei a Crescer ...
janeiro 24, 2010
janeiro 22, 2010
É possível ser feliz num mundo infeliz?
Não podemos calar a pergunta: como ser feliz num mundo infeliz? Mais da metade da população mundial é sofredora, vivendo abaixo do nível da pobreza. Há terremotos, tsunamis, furacões, inundações e secas.
Invenção é a capacidade de romper a rotina: visitar um amigo, ir ao teatro, inventar um programa. Sabedoria prática é saber desproblematizar as questões, acolher os limites com leveza, saber rimar dor com amor. Se não fizer isso, vai ser infeliz pela vida afora.
Por Leonardo Boff
Lula em filme é bom demais para ser verdade, diz 'Economist'
O artigo diz que o filme conta a história de um garoto pobre que subiu na vida, "cujas virtudes foram capturadas em close-up, mas cujos defeitos ficaram na mesa de edição".
"(Lula) é bom demais para ser verdade: estudante perfeito, marido perfeito e um político moderado que repudia a violência", diz o artigo. "É uma pena. Uma versão com mais nuances não diminuiria a formidável trajetória e as conquistas de Lula".
O artigo leva o título "Lula, Higienizado", porque, para o autor, o filme amenizou ou apresenta versões completamente diferentes do que teria sido narrado na biografia em que o filme foi baseado.
"É uma versão adocicada", diz o texto. Como exemplo, o artigo cita um incidente narrado no livro e que teria sido "aprovado por Lula", o episódio em que o diretor de uma fábrica em greve é atirado de uma janela.
No filme, Lula se distancia da fábrica "chocado", o que seria "vergonhoso", diz o texto. A revista também cita as acusações de que o filme seria uma arma política para ajudar na campanha de Dilma Rousseff, candidata apoiada por Lula para as eleições presidenciais deste ano.
O texto diz que o filme vem atraindo mais público no nordeste do que no sudeste, "refletindo o desempenho de Dilma Rousseff (candidata às eleições presidenciais apoiada por Lula) nas pesquisa de opinião".
"Beneficiar-se de um pouco do carisma de Lula é a maior esperança para Dilma chegar à presidência em outubro e há sinais de que isso já esteja acontecendo", afirma o artigo.
Para a revista , o filme é um exemplo de uma nova tendência no mercado do entretenimento. "Houve um tempo em que era considerado indecente transformar pessoas ainda vivas em mitos, ou mesmo em filmes ", abre o artigo.
"Gandhi esperou 34 anos após sua morte antes de aparecer nas telas. George W. Bush, em contraste foi vítima de um filme biográfico de Oliver Stone no último ano de sua presidência".
janeiro 21, 2010
Em busca de lágrimas absolutas
Olho para colegas e antecipo navalhadas. Resguardo as costas dos estiletes da inveja. Assusto-me. As maldades que já sofri são parecidas com as que eu próprio já acalentei no peito. Se não sei explicar o porquê de atitudes mesquinhas em mim, também não justifico a estreiteza que observo no próximo. Não sou pior nem melhor que os demais. Por isso, cerco o quintal de casa contra lobos ferozes. Sempre espero alguém ávido para destruir o pedacinho da dignidade que me resta.
Soli Deo Gloria
Por Ricardo Gondim
Via site Ricardo Gondim
janeiro 20, 2010
Com exceção da mente e do coração!
janeiro 19, 2010
Deus imerso no humano
Quem é Deus? Por que existe algo ao invés de nada? Estupefatos, contemplamos o céu estrelado, a fúria das marés e inquirimos: Por que a beleza? Diante da mente humana, buscamos entender como nasceu amor e ódio, criatividade e maldade. Onde está Deus? Podemos entender a transcendência absoluta?
A cultura semítica, de onde Jesus formulou os seus conceitos, não especulava, mas se contentava em relacionar-se com Deus como Pai. Judeu nômade, profeta ou sacerdote, não esboçava cartilha para entender a Divindade. Javé não era objeto de estudo, não participava de uma elaboração lógica, dedutiva, que procurava captar mentalmente o ser divino. Na tradição judaica, Deus era crido na dimensão existencial e poética. Eles se contentavam em narrar os atos de Deus na história, na imanência. Não havia preocupação de encaixá-lo em uma racionalidade analógica e dedutiva.
Quando o cristianismo primitivo precisou dialogar com o mundo greco-romano, os Pais da Igreja, geração que sucedeu os apóstolos, mostraram-se cuidadosos em demonstrar que a fé cristã era mais que uma seita judaica. Eles lutavam para que o cristianismo sobrevivesse em um mundo que debatia ideias. A fé, confrontada com o pensamento platônico, não deixaria nada a desejar.
Vários pressupostos filosóficos sobre a Divindade foram então absorvidos pelo cristianismo. Assim como cristianismo influenciou de forma decisiva o Ocidente, o Ocidente também o transformou. A teologia que se consolidou passou a repetir o conceito aristotélico de que a divindade é um "Motor imóvel". Já que perfeição significava imobilidade na filosofia, Deus era concebido como tão absolutamente perfeito, que nunca poderia experimentar qualquer mudança. Caso mudasse, deixava de ser Deus. Qualquer alteração, para pior ou para melhor, significava não ter, anteriormente, a perfeição absoluta. E um Deus que não fosse perfeito não era Deus.
Quando o cristianismo se espalhou, inúmeros deuses povoavam o mundo antigo - o Panteão estava lotado deles. Ninguém franzia a testa se escutasse sobre a Encarnação. Não espantava acreditar que Deus encarnou e foi visto caminhando pelas estradas poeirentas da Palestina. A dificuldade, a loucura, era afirmar que um contador de histórias, um carpinteiro frágil, manso e amigo de gente imperfeita, era Deus e, pior, havia morrido por mãos humanas.
Isso não era só um paradoxo, mas uma insanidade: Como? Deus morrer? A morte de Jesus, não só demolia o edifício conceitual da filosofia, como se colocava como a contradição mais escandalosa. Essa mensagem correu o mundo. O Transcendente absoluto, o Deus dos deuses, podia ser melhor compreendido olhando para Jesus de Nazaré. As conjecturas gregas não colavam nele. O Filho do Homem não tangenciava Movedor imóvel de Aristóteles.
É preciso retomar a ênfase do cristianismo primitivo. Jesus não se parece com Deus como "Ato Puro". Em Cristo, Deus não é apático e não está preso pela camisa de força da metafísica. A Divindade se fez gente e mostrou-se comovida de "viscerais afetos" por uma viúva a caminho de enterrar o filho. Chorou diante da sepultura de um amigo (Ah, como a dor humana dói em Deus! – "Em toda a angústia deles, foi ele angustiado" – Isaías 63.9). Irritou-se com a opressão religiosa. Entendeu, e acolheu, as lágrimas de uma prostituta.
Realmente Jesus não se parecia com o que fora dito sobre Deus. A pregação cristã nasceu em cultura distinta da helênica. O Reino que Jesus anunciou não encontrava paralelo na cultura, nos mitos, nas tragédias. O Deus de Jesus estava além do alcance de poderosos e sábios; mas podia ser intuído por puros de coração, crianças e marginalizados. Para detectar réstias do mundo espiritual, era preciso ouvir o inaudível, ver o imperceptível, tocar no intangível. Grãos de mostarda, ovelhas indefesas, gente inoperante, escravos inúteis, pecadores indignos, filhos pródigos, prostitutas, leprosos, cegos, mendigos, exorcistas informais, lírios e pardais, compunham o mosaico que revela Deus.
Jesus não se fantasiou, não encarnou por um breve período, mas assumiu a contingência humana com todas as consequências, inclusive a de morrer. Exageradamente humano, libertou homens e mulheres da exigência de se tornarem deuses - A plenitude da Divindade habitou em Jesus de Nazaré. Deus mostrou-se imerso no humano. Não era preciso procurá-lo na trans-história, no sobrenatural, mas na vida. "O Reino de Deus chegou!" Jesus foi a revelação mais próxima que jamais teremos de Deus, que escolheu vulnerabilizar-se em seu amor.
Outras divindades podem ser descartadas como ídolos.
janeiro 18, 2010
Pensamento do dia!
A oração simples
Não existe oração errada. Aliás, a oração errada é aquela que não é feita. A Bíblia Sagrada ensina que se deve orar a respeito de tudo. Orar por qualquer motivo, qualquer hora, qualquer lugar, sempre que o coração não estiver em paz. Tão logo o coração experimente apreensão, preocupação, medo, angústia, enfim, seja perturbado por alguma coisa, a ação imediata de quem confia em Deus é a oração.
Que se resgate a Esperança.
Esperança já foi criticada como armadilha; ao prometer um futuro melhor, enganaria os incautos. Amaziada com a utopia, adiaria as iniciativas transformadoras do presente. Os corojosos, acreditava Nietzsche, não precisam de suas juras futeis, e só os covardes se valem de seus acenos.
Esperança se tornou substantivo que se desgastou por uso excessivo; na boca de demagogos, palavra piedosa que não comunica coisa alguma.
Porém, Esperança permanece o alento que resta aos pobres. Quem aguarda novos céus e nova terra levanta a cabeça. Por sua causa, na Páscoa, os judeus se cumprimentaram em guetos imundos: "No próximo ano, em Jerusalém". Inspirados na Esperança, escravos negros cantaram nos velórios: "Free at last, free at last!".
Esperança é irmã mais frágil da fé. Sua fragilidade vem da insustentabilidade. Esperança não nasce de certezas. O chão da Esperança, inseguro como areia movediça, será sempre improvável. Nas Escrituras, lê-se que "a Esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo?" (Romanos 8.24).
Mesmo incerta e incapaz de fazer promessas absolutas, Esperança alimenta o herói em sua gesta heróica. Animado pelo impossível, ele desenvolve sensibilidades que adensam os sonhos da Cidade futura, onde paz e justiça se beijarão.
Esperança espera, mas jamais obedece a mecânica do tempo. Nela, não existem cronogramas, relógios e planejamentos estratégicos. Enquanto flui, Esperança não se obriga senão que satisfará os que se engajarem pela vida. O galardão da Esperança resume-se a fazer da excelência um fim em si mesmo, jamais um meio.
A cor da Esperança dizem ser verde. Então, eis o tom que anima o vencido a continuar resoluto. Só ela ressuscita audácia em corações arruinados. Esperança devolve ao desiludido, lambuzado de cinza, as cores da vida.
Esperança exorciza mau agouro, cala pessimistas e revoga os decretos do Destino. Esperança não sobrevive de quimeras; não procura construir castelos nas nuvens; não doura pílulas; não promove viagens alucinógenas. Todo esperançoso se torna companheiro de valentes, de intrépidos, de aventureiros. Neles, pulsa o coração de um batalhador, de onde surge a poesia mais inspiradora.
Esperança se move de trás para frente. Réstias de sua luz emanam desde o futuro longínquo para iluminar o presente. Esperança é a força derradeira que anima o velho e o brilho que anima os olhos da mãe quando embala o filho.
Abraão, Moisés, Don Quixote, Martin Luther King Jr., e o Eródoto, meu pai, foram homens que navegaram nas águas da Esperança; oceano que conhecemos tão pouco, mas que sem ele não sobreviveríamos.
Soli Deo Gloria.
janeiro 16, 2010
DA OBSERVAÇÃO
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...
Mario Quintana
janeiro 15, 2010
Jesus é para os Perdedores
Jesus AmericanoStephen Prothero's American Jesus: How the Son of God Became a National Icon (Jesus Americano: Como o Filho de Deus se Tornou um Icone Nacional) investiga as várias interpretações de Jesus na História Americana. Ele argumenta convincentemente que o que os Americanos tem visto em Jesus tem sido um reflexo deles mesmos. As versões de Jesus que Prothero enxerga na história cultural Americana—Sábio Iluminado, Principal Redentor, ou Superstar—é principalmente reflexo dos ideais e esperanças Americanas. Amigo dos PerdedoresNos Evangélios de Jesus, nós encontramos outra versão: Amigo dos Perdedores (Agradeço ao Steve Taylor pela brilhante musica "Jesus is for Losers" (Jesus é para Perdedores)). Jesus ama os perdedores espirituais: vigaristas, prostitutas e bebados. Estas não eram pessoas "" These were not people "encontrando crescimento com virtudes nobres." Jesus nos disse o que pensar sobre a missão Dele para os perdedores: " Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento." Boas NotíciasA boa notícia é que nós somos todos "os enfermos" que estão no escopo da missão de Jesus. No seu comentario em Galatas, Martin Luther explica a boa notícia dessa maneira: "Ainda que eu seja um pecador de acordo com a Lei…mesmo assim eu não me desespero, porque Cristo vive e ele é a minha eternal e celestial vida. Nessa justiça e vida eu não tenho pecado ou morte. Eu sou com certeza um pecador nesta vida presente e nessa justiça, onde a Lei me acusa. Mas acima desta vida eu tenho outra justiça, outra vida, que é Cristo, que não conhece o pecado e a morte mas é justo e vida eterna." Liberdade e AlegriaO resultado dessa boa notícia sendo verdade pode ser liberdade e alegria—liberdade porque nós não somos inimigos de Deus e alegria porque nós não precisamos nos levar tão a sério. Quando Jesus entrou em cena, Ele disse que ele troxe o Reino de Deus. E este Reino se parece com uma festa para a qual todos os perdedores estão convidados. O cego recebeu a visão, o paralitico pode andar, e o doente foi sarado. Tem muito a se celebrar neste Reino. E muitas das Suas parabolas terminam com celebração e alegria. Porque nós vemos tão pouco dessa alegria e liberdade? Por acaso os velhos fariseus, com seus legalismos exagerado, tem nos afastado da alegria e liberdade? Temos domesticado a graça extravagante de Deus baseando-se em técnicas moralistas e diciplinas? Temos negligenciado o fato de sermos conhecidos e amados por Deus? Temos esquecido que somos aceitos e não merecemos isso? Via Blog Solomon |
Procuram-se anti-heróis
Há alguns anos, Lance Morrow escreveu na revista "Time" que "ser famoso é, entre as ambições humanas, a mais universal. Quem, a não ser monges e freiras, se contenta com a simples atenção de Deus? Quem busca ser obscuro na vida? Em nossa sociedade, ser obscuro é ser fracassado". Realmente, o mundo está lotado de gente correndo pelos primeiros lugares. Já se disse que quem chega em segundo não é vice, apenas o primeiro entre perdedores. Somos seduzidos pelas luzes e holofotes feito mariposas. O Ocidente alimenta o sonho do heroísmo; a modernidade, calcada na ideia do progresso, acena que a felicidade depende de conquistas; e a espiritualidade que se difundiu no hemisfério sacraliza ideais ufanistas.
Especialistas em planejamento estratégico, gurus em autoajuda e neurolinguistas repetem a fórmula da eficiência, competência, excelência, como estradas para o sucesso. A vida se transforma em uma guerra na qual os mais fortes sobrevivem. O esforço de ser campeão cria a necessidade de suplantar os outros. Importa conquistar o pódio dos grandes ídolos. Os menos hábeis que pelejem para não serem extintos.
Será que anônimos, gente simples, que jamais ganharão um Prêmio Nobel, merecem o desprezo que sofrem? Devem ser tratados como fracassados aqueles que nunca serão manchete de jornal? A indústria do espetáculo torna difícil acreditar que muita gente leve uma vida bonita sem as luzes da ribalta.
A cosmovisão moderna foi criticada em "Crime e Castigo", de Dostoievsk Raskólnikov, personagem principal, classifica a humanidade em seres "ordinários" e "extraordinários". Para justificar um assassinato, ele afirma que os "ordinários" são as pessoas que vivem uma vida despretensiosa, sem grandes desdobramentos para a macro-história. Esses podem ser sacrificados pelos "extraordinários", que são os responsáveis pela condução da história. Impressionado por Napoleão ter derramado tanto sangue e mesmo assim ter sido perdoado pela história, Raskólnikov se comporta como uma pessoa "extraordinária" e assassina duas vidas.
O mundo, entretanto, não precisa de heróis, mas de anti-heróis. Gente que ame a discrição mais que o espalhafato, que valorize a intimidade relacional mais que a superficialidade, que veja beleza na candura mais que na sofisticação e que não fuja de sua fragilidade humana. O desabafo de Fernando Pessoa em "Poema em Linha Reta" merece ser mencionado: "Quem me dera ouvir de alguém a voz humana/ Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;/ Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!/ Não, são todos o Ideal, se os ouço e me falam./ Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?/ Ó príncipes, meus irmãos,/ Arre, estou farto de semideuses!/ Onde é que há gente no mundo?".
O evangelho não incentiva a busca do sucesso. Jesus, discretíssimo, jamais aceitou a lógica do triunfo. Ele exerceu o seu ministério nos confins da Galileia e não em Jerusalém; escolheu pescadores rudes como discípulos; priorizou alcançar marginalizados, pobres e esquecidos. Não cedeu ao apelo de ir para Atenas, mas foi para Jerusalém morrer. A lenta transformação do cristianismo em um sistema religioso com heróis de renome, ícones aplaudidos e mitos idealizados não tem nada a ver com o projeto inicial do carpinteiro de Nazaré.
Cristianismo não é espetáculo. Nem sequer louvor significa show. Não se pode confundir profeta com animador de auditório nem evangelista com mascate. Púlpito não pode virar palco; nem sacristia, camarim. Esperança não se vende, nem milagre deve ser trampolim para a glória.
Paulo afirma em 1 Coríntios 4 que os líderes se consideram como despenseiros dos mistérios de Deus, e dos despenseiros requer-se tão-somente que sejam fiéis. Deus não premia sucesso, e sim integridade. Mulheres e homens anônimos, que trabalharam a vida inteira em asilos, comunidades indígenas, orfanatos, favelas, centros de reabilitação de alcoólicos, não malograram; pelo contrário, estes são os que a epístola aos Hebreus descreve como aqueles dos quais "o mundo não é digno". Eles são sal da terra e luz do mundo. Nunca a fé cristã dependeu tanto desses anônimos que seguem os passos de Jesus.
Soli Deo Gloria
Via site Ricardo Gondim