março 30, 2009

NECROGRAFIA OU BIOGRAFIA ?

por Lêoniadas Valente

A definiçao de biografia é interessante. Biografia significa registro de atos em vida de um individuo. Quando eu penso nisto, eu fico a imaginar o que seria o registro dos atos em morte de um individuo.

Um dia cheguei à conclusão de que o nome disto seria “necrografia”.Esta sem duvida não será encontrada no Aurélio, mas acredito que em breve ela vai ter seu lugar nos dicionarios sim, porque hoje é muito facil alguém entrar numa igreja e contar testemunhos de uma vida inteira em que se encontrava morto e que se considera digno a narrá-los. Se fossemos escrever seriam chamados necrografia.

Para uma pessoa que não crer em Deus é facil negar a existência desta palavra. Mas para os crêm em Deus sabe que de alguma forma ela já existia na mente de Deus. Eu sei que sim.

Existe um texto em II Co. 5:16 que diz: “...à ninguém conhecemos mais segundo a carne...” isto é muito interessante. “Mas veja o verso 17: porque se alguém está em Cristo nova criatura é; as coisas velhas, já se passaram, eis que tudo se fez novo.” O que é isto? Se tudo se fez novo, logo é muito bobagem entrar numa igreja, pegar o microfone e falar do eu fazia ao invés de dizer o que comecei a fazer a partir do momento que recebi Jesus, pois para quem como eu acredita na vida, não faz muita diferença ouvir um relato deste ou de uma pessoa que não se converteu ainda.

O que eu sei, é que aquele que se converteu de verdade passa a fazer varias coisas que são muitissimo diferente daquelas que fazia.

Quando ouço alguém enfatizando o que ele fazia, ele não está me dando uma boa história para escrever não. Tem-se que classificar o livro seria “necrografia”. Se ele mesmo escreve o “testemunho dele” seria “auto-necrografia”.

Eu sei é que a vida tem muito mais atrativos do que a morte. Inclusive a palavra morte significa desmantelamento; separação. Isto é muito interessante, porque quando ouço isto as coisas velhas voltam a minha mente, e o passado que já passou, passa de novo. Meus relatos e minhas conversas devem promover edificação a quem ouve assim como um livro deve promover cultura ao leitor. Se o leitor ler um péssimo livro ele terá seu tempo perdido. Mas, se o leitor gastar seu tempo com um bom livro que o arremete a pensar na vida e nos desafios concernentes a ela, obviamente, o leitor será motivado a vencer as barreiras que muitas vezes, se apresentam intransponiveis diante dos VIVOS. E na morte, por sua vez não ha nada que possa somar à vida. Assim sendo uma necrografia não deve ser interessante para os vivos.

Devemos ver que não continuemos mortos perante o criador. Devemos gozar a vida e aproveitar ao máximo o que ELE fez para ser vivido.

E devemos sim, dar testemunho do que já experimentamos, até para que aqueles que ainda não viveram se sintam motivados e não apenas, mas possa também aprender ou se preparar para alguma coisa que porventura possa ser acidente na VIDA.

Sempre que contar minhas experiências devo deixar bem claro o que relato para os que ouvem saibam que a convicçao advinda da vida é sem duvida mais sabia do que da morte.

Estando vivo, julgo que não há na morte algo que me compete. A necrografia não interessa para os VIVOS.

(* Lêonidas Valente, é um amigo, irmão, missionario, téologo, historiador, e acima de tudo um otimo companheiro de caminhada!)

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