abril 09, 2009

O Admirável Mundo Novo e o livre arbítrio

por Thiago Ferreira
Ontem dia 07 de abril o governo do estado de SP, aprovou um decreto de lei que proíbe totalmente o uso de fumo em ambientes coletivos, com a medida fica proibido o cigarro em locais como bares, restaurantes, cafés e etc.
Sinto-me no ”Admirável mundo novo” de Aldous Huxley, cada vez mais as autoridades repreendem praticas em busca de um suposto bem “coletivo”, o fumo é a bola da vez!

A repreensão começa a ficar paranóica e acima de tudo desconfigurada, digo desconfigurada, pois, me questiono quanto a real intenção do governo em relação a essa “guerra” contra o fumo. Não é novidade para ninguém que o mundo capitalista gira em torno do dinheiro, as organizações tanto governamentais como as não governamentais visam à maximização dos lucros, e a minimização dos custos. Pois bem, eis a questão!

O cigarro ao longo de décadas tem aumentado de forma considerável os gastos do governo com relação à saúde publica. No inicio se aumentou os impostos na intenção de que aumentando o valor do cigarro, diminuiria o consumo, mais o tiro saiu pela culatra, o resultado não foi o esperado. Foi proibida a propaganda em todos os veículos de comunicação, e logo após o governo fez com que as indústrias do ramo inserissem no verso de seus produtos propagandas antitabagismo.

Agora pense comigo! Se tudo que gerar um aumento de gasto para o governo for repreendido de tal forma, daqui a algumas décadas o Mc Donalds e todos os seus colegas do fast food, correrão um serio risco de ser a bola da vez. A obesidade já é uma epidemia no mundo moderno, os gastos com doenças relacionadas ao excesso de peso já são visíveis nos cofres públicos.

Acredito que no primeiro momento, o hambúrguer teria sua tributação elevada, isso aumentaria o custo do sanduíche e conseqüentemente dificultaria o consumo. No segundo momento as propagandas seriam proibidas, o Ronald teria sua tradicional roupa na cor vermelha e amarela trocada por uma menos alegre, acredito, que seria na cor preta e branca. No terceiro momento quando comprasse um sanduíche, na sua caixinha já não teria mais o nome comercial do produto, tipo Mc alguma coisa ou x- sanduíche, e sim um grande aviso do ministério da saúde, com uma foto de um senhor com 180 quilos, e a seguinte frase: O excesso de peso, pode causar doenças do coração. E por fim, a repreensão chegaria até o momento em que o consumo do produto em locais públicos seria proibido na intenção de respeitar os cidadãos que consideram tal pratica “repugnante”.

Você pode estar se questionando com relação ao fato de que com o cigarro corre se o risco de se tornar um fumante passivo. Eu sei disso, e sei também que na maioria dos ambientes coletivos hoje se tem os fumodrómos, que são áreas próprias para quem fuma.

Como Cristão luto pelo livre árbitro, não creio que imposições resolvam qualquer problema, por mais simples que seja, e creio que libertar é um sinônimo de amar! Gosto de ver pessoas livres em suas escolhas, pessoas que sintam se à-vontade de ser quem se quer ser no momento que se quer ser, e é claro sem desrespeitar o espaço do outro (por isso creio que os fumodrómos sejam importantes)

Para os fundamentalistas religiosos, vale as explicações de que o sujeito não é livre,de que o cigarro é um laço do capeta e etc. Mais quem tem bom senso, sabe que o maior laço do capeta é o moralismo e a sedução do julgamento sem critério e empatia, e acima de tudo farisaísmo.

Enfim sigo na esperança de que as pessoas sejam livres, e de que as ações públicas sejam fundamentadas e equilibradas, o fundamentalismo é uma esquizofrenia dos valores daquele que se propôs ser reto e sensato.

Acredito que a liberdade, o livre arbítrio, esta acima de tudo isso! E como Cristão pretendo libertar e ser livre!

Viva aos charutos cubanos! Viva aos hamburgues! Viva o equilíbrio em todas as coisas! Pois isto é liberdade!

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