maio 15, 2009

Penso no que Deus pensa é quer, Logo Existo! Provações de um Culto Filosófico.

Por Thiago Ferreira


René Descartes é considerado por muitos como o homem que “matou” Deus, com a sua frase; “penso logo existo”. Sua filosofia foi marco do Iluminismo e passo importante na ruptura histórica do homem como um ser teocêntrico para um ser antropocêntrico.


O pensamento Cartesiano tem seu grande valor cultural e cientifico, pois foi através dele que vimos por meio da matemática, e do racionalismo, idéias saírem do mundo inato, do cogito, para o mundo real e tangível. Com o plano cartesiano, o penso logo existo, passou para; pensou, calculou e agora existe. É inegável que tal filosofia foi, e ainda é de extrema importância para a humanidade.


Agora antes dele, Deus era o centro, depois dele o homem passou a ser o centro, e tal pensamento influenciou a sociedade moderna em sua maneira de se relacionar em seu meio social e cultural. Para alguns especialistas a idéia Cartesiana, remete a existência humana única e exclusivamente ao próprio individuo, e gera conseqüentemente uma visão egocêntrica de existência. Se existo para meu pensamento e para minha consciência, como um ser único, não correlacionado com o universo que me cerca e com o cosmo que me governa, tenho grandes chances de que meu amor se esfrie.


O amor que esfria, é o amor incapaz de se relacionar e dividir. Acredito que se Jesus fosse formular tal frase sobre existência, ela seria mais ou menos assim; ”penso no que Deus pensa é quer, logo existo”. Para Jesus existir era pensar na vontade de Deus e conseqüentemente pensar em seu amor. Se a visão de Descartes influenciou na concepção do homem moderno transformando-o em um ser mais individualista, a concepção e vida do cristianismo podem transformá-lo em um ser mais altruísta. A própria proposta do cordeiro era morrer pela a humanidade, quer algo mais altruísta do que isso? Para Paulo até a liberdade dos cristãos é altruísta, pois faço algo não preocupado com minha consciência, mais sim com a do outro, ou seja, a minha liberdade é limitada de pelo meu altruísmo.


Jesus foi o “antro”, com “teo” junto e misturado. Jesus foi o homem que em sua existência foi o centro do universo, e por escolha colocou Deus em seu centro. Ele se tornou no centro de nosso tempo, dividiu nosso calendário, e foi o homem mais influente da história, acredito que isso aconteceu por que ele não teve pretensão de ser o centro, e sim colocar Deus no centro.


Se desprender do individualismo e se ater ao altruísmo, é equilibrar o “antro” e o “teo”. Digo isso, pois quando sou altruísta, não deixo de ser homem e individuo mais me esvazio para ser coletivo e de Deus, e sendo assim faço de Deus, o ser coletivo que pensa no bem da humanidade o centro de minha existência, humana e individual.

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