junho 24, 2009

O salto existencial do pináculo

Por Daniel Grubba


Na segunda investida do tentador contra o Filho de Deus, o Salto do Pináculo foi apresentado como sendo o caminho mais fácil ao reconhecimento público. A proposta era simples e não envolvia a dor excruciante do caminho que o levaria ao Gólgota. Bastava Jesus saltar do ponto mais alto do templo que automaticamente os anjos lhe serviriam de "air-bag divino" conforme as escrituras prometiam, e deste modo, toda a multidão frequentadora do templo o elegeria como o Messias de Israel.

O que Satanás na verdade estava propondo era que Jesus promovesse em favor de sua popularidade um "Show da Fé". Era mais ou menos assim: esqueça a maldição da cruz, as vilas abandonadas da Galileia, o abandono do seu povo, familiares e amigos, não trilhe este caminho Jesus. Há um atalho mais fácil. Pule do lugar mais alto do Templo, promova um golpe publicitário no projeto de Deus, e você vai estourar a boca do balão!!!
Satanás pode não se apresentar de modo tão objetivo para nós como se apresentou a Jesus, mas seus ataques mentais continuam os mesmos. De semelhante modo, não existe mais o Templo de Salomão, mas lugares altos e auto-promoção continuam sendo oferecidos através da diabólica cultura que propaga a máxima "os fins justificam os meios".
O fato é que muitos indivíduos e instituições saltam cotidianamente do pináculo para chamar para si a gloria que é devida somente a Javé. Não é um salto literal, mas existencial. Ou seja, a existência é um constante saltar para se auto-vangloriar. E mais, a existência proposital de suas instituições religiosas se sustentam através do "sensacionalismo do milagre". Como disse Caio Fábio no ano de 1994, pré-anunciando a banalização do divino - "ao que parece, nestes dias, o marketing tomou o lugar da unção, do comprometimento e da vida séria com Jesus e com o Espírito Santo".
Isto posto, podemos dizer que o salto existencial do pináculo é a via do sucesso e engrandecimento que usa os dons, sinais e milagres de Deus para promover a si mesmo e a eficácia de sua instituição. O salto é dado quando alguém diz: "Vem e veja o que Deus faz aqui neste ministério, pois somente na Bíblia acontecia o que acontece aqui".
Em suma, o salto do pináculo é antítese da declaração do profeta João Batista - "importa que ele cresça e eu diminua".
"O evangelho é cruz e não pináculo. Não a substitua por ele. Nem a leve para lá. Assuma-a. Proclame-a. Cruz, e não pináculo" (Isaltino G. C. Filho)
Via Blog Soli Deo Gloria

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