junho 01, 2009

Pai Edir – Traz a riqueza perdida em sete elos.

Por Thiago Ferreira


Em conversa com meu pai há duas semanas, fiquei chocado com o relato de um caso que foi presenciado pelo mesmo na cidade de Ouro Preto em Minas.

Em uma viagem a trabalho uma senhora funcionaria do hotel onde ele se hospedou o identificou como evangélico e pediu que ele orasse por ela, pois seu filho se encontrava com grandes dificuldades.

Ela disse que seu filho começara a freqüentar a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), e que após ter se tornado membro da Igreja, começou a ter atitudes estranhas. Ela disse que ele começou a vender as coisas em sua casa campanha após campanha. Começou com pequenos bens, depois passou para os eletrodomésticos, até que por fim retirou da poupança conjunta com a esposa o valor de oito mil reais que era a economia de anos do casal, e ofertou em uma dessas campanhas da fogueira “santa” de Israel. Como conseqüência veio à separação, o fim de um casamento de anos.

A mistura de rituais, acompanhada de uma sedução que tem como objeto a própria ganância humana, resultou em um rapaz sem nada. Sem eletrodomésticos, sem família e sem moral, mas que tem uma mãe desesperada em buscar, em qualquer pessoa que vê como evangélico força e fé para lutar por seu filho.

Questiono-me quanto o papel dos evangélicos nesta história toda. Era parte do ministério de Cristo a denúncia. Jesus por diversas vezes confrontou os fariseus por suas vãs doutrinas e por seu comércio espiritual. O episódio mais conhecido de tal óptica do ministério de Cristo, é quando ele entra no templo e ali expulsa todos os que por lá comercializavam. O comércio era de animais e acima de tudo de caráter, pois os cordeiros vendidos ali era o objeto de confissão de pecado daquelas que os comprava. Pense comigo... Quando chegava a época da páscoa, todos os judeus escolhiam o seu melhor animal e seguia para Jerusalém para sacrificar em busca de remissão. Naquela época do ano, quando um cidadão saía com um carneiro todos logo sabiam que ele havia pecado, e ali eram confessos perante os homens os seus pecados. Quando Jesus com chicote pôs todo mundo para correr, acredito que o que mais o incomodava era a dissimulação de tal barganha.

A IURD vende uma suposta prosperidade como sendo o reino de Deus, explora pessoas mentalmente fragilizadas, e quase não há barulho. Precisamos acordar para essa situação, existem pessoas tendo suas vidas destruídas por tais mercadores da fé, na qual colocam sobre elas um jugo que elas mesmas não carregam.

Não acredito muito na possibilidade de Edir e seus camaradas de ir à outra denominação doar toda a sua poupança em qualquer campanha que seja. Não acredito muito que ele seria capaz de vender todas as suas ações da Record para ajudar os necessitados.Doar tudo vale para quem vai à IURD em uma campanha dessas, mais não vale para os que fomentam tal campanha.

Outra questão que vale ser ressaltada é; “até que ponto a Record existiria sem a IURD?”. Para mim isto tudo é uma grande confusão, não consigo identificar em que ponto Edir deixou de ser pastor para se tornar mega empresário.

Precisamos defender os pequeninos destes lobos. Aqui coloquei apenas um relato da destruição e exploração que tais mercadores da fé fizeram sobre a vida de um jovem, agora imagine quantos mais tem por ai, gente que tem perdido tudo, que tem perdido seus bens, sua moral, sua sanidade na fogueira “santa”, acreditando que em sete elos a riqueza perdida batera em sua porta.

Oro por estas pessoas, oro por uma geração que saia de suas casas com chicotes e entre nos modernos templos jogando para o alto todo tipo de barganha.

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