dezembro 09, 2009

Da banalização do culto

Por Will


Em muita coisa a igreja atual está distante da espiritualidade vivida pela igreja primitiva. Da oração ao conceito e a valoração da Santa Ceia, tudo está muito destoante - tenho cá minhas dúvidas quanto à originalidade da igreja atual diante de tamanha disparidade.

Nas igrejas Católica Apostólica Romana, Ortodoxa e Anglicana, o culto é voltado, no todo, para os sacramentos. A igreja Anglicana ainda caminha em Cristo, mas de maneira claudicante, entretanto, como sabido, as igrejas Católica Romana e Ortodoxa, morreram em todos os seus aspectos litúrgicos e práticos - por isso a reforma. Porém, nas igrejas histórico-reformadas o culto verteu-se para a liturgia e, principalmente, para a pregação, contudo, quando olhamos estas comunidades, logo percebemos a morte da liturgia do culto, algo sem vida, que, em sua maioria, não move ninguém a nada, a não ser a um estado de monotonia constante (com raras exceções).

O movimento evangélico atual enveredou o seu culto para o eu. Das músicas cantadas à pregação, tudo está voltado para o umbiguismo evangélico-pós-moderno, é um tal de: "Olha pra mim"; "quero te ver"; "livra-me"; "socorre-me"; "abençoa-me" e etc.; o objeto do culto evangélico, a muito não é a pessoa de Jesus - isso porque julgamo-nos seus únicos servos na terra, os guardiões da tabula redonda divina.

No atual movimento pentecostal até a suposta busca desenfreada por poder nada mais é do que uma tentativa de gerar um alívio momentâneo das dores existenciais, bem como, produzir um sentimento de renovação do Espírito dentro do crente - algo que começa e morre no culto (pura superficialidade); sendo que o poder derramado em Pentecostes fez como que os crentes escapassem às barreiras do mundo, quais sejam: étnicas, culturais, religiosas, filosóficas ou políticas.

Segundo as instruções do Apóstolo Paulo aos Romanos (Romanos 12: 1-8), o culto (reunião em comunidade) nada mais é do que uma extensão da vida e não vise-versa; portanto, se os cultos estão mortos, frios ou seja lá o que for, isto deve-se ao fato de que as vidas daqueles que o fazem estão em estado de putrefação.

Ainda não sou a favor de uma nova reforma coletiva da igreja atual; penso que existem, ainda que poucas, igrejas (comunidades) que, com muitas dificuldades, vivem o "espírito" da igreja primitiva tanto no que tange ao culto como à práxis cristã.

Contudo, o movimento evangélico atual, este sim - independente de denominações ou confissões –, em seu espírito, está carente de uma reforma e se ela não acontecer urgentemente, ou ele morrerá - isso não quer dizer que deixará de existir, mas que estagnará - ou será, se já não o é, como a Igreja de Roma, mais um apóstata a ser combatido. É por esse motivo - e outros tantos - que tornou-se tão urgente a revisão da função da igreja enquanto instituição: Será que ela (instituição) tem servido como reduto da igreja de Cristo, ou tem sido mais um instrumento de Satanás, a fim de alienar a igreja do Senhor?

Em Cristo, que é o único alvo do culto,

Will

Via Blog Celebrai

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