abril 07, 2009

Espiritualidade de raízes

por Ricardo GondimReconsidere o que você entende por inteligência. As emoções contam, mas, conviver é preciso. Os gênios geralmente calçam galochas enormes. Sempre quis entender porque os caras mais inteligentes que conheci passavam dias com a lente do óculos suja. Deve ser horrível ver o mundo borrado por suas próprias impressões digitais.

Resignifique o que você entende por lucidez. A sobriedade conta, mas, condimentar a vida com pitadas de desvario é preciso. Os taciturnos não ousam. Eternos prudentes caminham contentes por trilhas batidas.

Repense o que você entende por espiritualidade. Ser puro conta, mas, relaxar é preciso. Os santarrões não têm jogo de cintura. O taciturno, o inflexível, o espírito caturra, é cruel.

Ressuscite o que você entende por gratidão. Continue, mas volte para beijar a mão que lhe segurou. Vá adiante com liberdade, mas sinta-se obrigado aos que amam com gratuidade.

Recupere o que você entende por amabilidade. Persiga objetivos, mas proteja o coração do rancor, vírus que enfermiça a alma. Substitua fúria por afeto, carranca por cortesia, rabugice por elegância.

Resgate o que você entende por vida. Conte os dias, mas não esqueça: a existência não se resume ao fluir do tempo. Entalhe eternidade no instante efêmero. Poetize com angústias e deleites. Construa-se com a matéria prima que restar dos encontros e desencontros.

Soli Deo Gloria

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