abril 02, 2009

Os bancos anti-mendigo e a história do sofá

por Tony BellottoUma das medidas do choque de ordem implantado pela prefeitura do Rio é polêmica: o banco antimendigos. Parece que medida semelhante já foi testada em São Paulo. Não sei se os resultados foram positivos, mas me parece uma sacanagem introduzir divisórias metálicas nos bancos das praças para que mendigos e desocupados não os utilizem como camas.

Tudo bem, todos nós queremos cidades livres da miséria, sem crianças pedindo esmolas nas esquinas e gente miserável dormindo nas praças, mas o problema, todos sabemos, é mais embaixo. Ou mais em cima, sei lá. O problema está em algum lugar, não no banco da praça.

Não é impedindo mendigos de dormir nos bancos das praças que resolveremos a questão dos habitantes de rua, certo? Sei que um prefeito sozinho não vai mudar a situação econômica do país, nem resolver os gravíssimos problemas que todos conhecemos. Concordo que a iniciativa da prefeitura do Rio é positiva, tentando moralizar hábitos seculares dos cariocas - como estacionar carros na calçada -, e organizar grandes bagunças como caminhões e vans atrapalhando o trânsito em locais e horários não permitidos à sua circulação. Mas os bancos das praças, não sei não.

Fiquei com pena dos mendigos e daqueles que realmente não têm onde dormir. Não apenas mendigos e gente sem moradia utilizam bancos de praça como cama. Há os poetas insones, os bêbados desorientados, as prostitutas cansadas e até os trabalhadores comuns atrás de um bom cochilo depois do almoço. Sei que minha visão é romântica e um pouco subjetiva. Mas talvez a grande conquista dos bancos antimendigos não passe de boas dores nas costas dos mendigos, que terão de dormir sentados.

Dica do Laion Monteiro

Isso me faz lembrar de uma sitação que o meu gerente sempre utiliza - A História do sofá.
Que diz que um pai estava muito triste com a filha porque toda vez que ele chegava em casa, pegava a menina transando no sofá com o namorado. Irritado com aquela situação ele VENDEU O SOFÁ.

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