maio 05, 2009

Serviço de Porco.

Por Renato Thibes


A gripe suína apareceu outro dia e já não se fala em outra coisa. Ofuscou até o Ronaldo Gordo e o vindouro título invicto do Corinthians. Só uma catástrofe global é capaz de ofuscar uma catástrofe regional. E nem podemos mais fazer piadinhas dizendo que o primeiro caso de gripe suína no Brasil foi a amarelada do Keirrison.
No Fala Brasil de hoje, um médico dizia que você só deve se preocupar caso tenha voltado do México recentemente ou entrado em contato com alguém que veio de lá. Mas a repórter não queria saber disso, ela queria os sintomas, o procedimento, o tempo de vida que nos resta, o caos. Aqui no meu trabalho todo mundo está com uma espécie de gripe que nunca sara há mais de um mês. Acho que já fomos todos contaminados, antes mesmo de virar modinha. Publicitários sempre ditam as tendências.
A notícia é que o vírus estava lá no México há algum tempo e os mexicanos tentaram abafar o caso. Só que algum porco contaminado cruzou a fronteira e, bem, você sabe como os americanos curtem um bacon. Bateu nos EUA, bateu no mundo. Agora a crise do porco está devidamente globalizada, nível de alerta 4, isolem a área, fechem as fronteiras com o México, todos os restaurantes mexicanos de São Paulo e o Palestra Itália, por precaução.
No ano passado eu achei que o mundo fosse acabar com o Grande Colisor de Hádrons. Grande fiasco. Não aconteceu nada. No máximo, abriu-se um portal para uma dimensão paralela que aumentou o número de mulheres feias na rua (você não notou?). Eu preferia acabar com uma grande implosão cósmica vinda da Suíça do que com um vírus lazarento vindo do México. Ficção científica européia versus novela mexicana com doença fatal.
Que estamos vivendo o epílogo do mundo, isso é óbvio. Mas precisava ter um clímax tão chato?

Via Blog Registro Dissonante

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