julho 29, 2009

Banalização e massificação - Pensamentos sobre " Tempos Modernos"

Por Thiago Ferreira


A rotina massifica as relações, acaba com o sagrado de cada momento e nos leva ao mundo dos sentidos daltônicos na qual a vida é vista por um olho em preto e branco.

A alma daltônica por sua vez, não vê motivações e nem sentido aparente para nada, pois o banal nunca carrega consigo um sentido sagrado, e sim um sentido trivial que com o tempo não faz o menor sentido, mais nem por isso deixa de existir.

Esta relação de banalização e existência pode nos levar a um mundo da “anti - motivação”, onde nada nos alegra, nada é o bastante, e tudo é cinza e sem sentido. Ou a o mundo do sentido na suposta segurança oferecida pela rotina, que segura durante um tempo, mais que por si só é solúvel e superficial, nos levando quase sempre a primeira opção. A linha que divide um ato banal de um ato não banal é tênue, ela é como a relação do individuo e a maquina elucidada por Charlie Chaplin em seu clássico “Tempos Modernos”. É muito sutil a linha que separa a relação mental na qual o individuo que opera a maquina, começa ser operado pela mesma, fazendo somente parte do processo, onde ele é apenas engrenagem, parte irracional, não questiona, somente faz valer a fluxo.
Lutar contra a banalização de seus atos todos os dias, é lutar com a massificação de sua própria existência, e acima de tudo é lutar por uma metanóia autêntica, sem os vícios das religiões e impulsos inconscientes de uma sociedade que adora estigmatizar, e adestrar.
Nunca se esqueça os mesmos que receberam Jesus com ramos em uma festa digna do verdadeiro messias, foram os que após 3 dias o crucificaram, sem o mínimo de compaixão, piedade e principalmente motivo aparente. A banalização gera a massificação do entendimento que por sua vez é ferramenta de “bestialização”, nos transforma em animais irracionais capazes de matar e destruir só para que nada fuja ao nosso suposto controle.
Por isto que o caos gerado pela não motivação, pela alma daltônica é necessário, pois ele nos leva a repensar tal relação nos fazendo sempre enxergar, que o controle da rotina é quase sempre incontrolável.

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